Exames de imagem são fortes aliados no diagnóstico de doenças graves

Por Revista Saúde Coletiva

Tomografia computadorizada é um dos métodos de imagem mais modernos, atualmente muito utilizada na avaliação da gravidade do acometimento pulmonar, proporcionado pela contaminação da Covid-19

A eficácia no tratamento médico de muitas doenças depende várias vezes da agilidade com que ele se inicia. Para isso, o diagnóstico precoce e preciso é fundamental, e a tecnologia aplicada à saúde vem sendo uma grande aliada, ao demonstrar diversos avanços nos últimos anos. É cada vez mais comum que hospitais, clínicas médicas e consultórios apostem no uso de recursos tecnológicos para otimizar o seu dia a dia de trabalho, como é o caso da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) – gestora de serviços de diagnóstico por imagem da rede pública -, que vem investindo em equipamentos avançados, no intuito de auxiliar no diagnóstico de doenças graves, mas muitas vezes silenciosas.

Presente nos estados de São Paulo e Goiás, a FIDI realiza aproximadamente 5 milhões de exames por ano, entre ressonância magnética, tomografia computadorizada, ultrassonografia, mamografia, raios-X, densitometria óssea e outros exames indispensáveis para a evolução da saúde moderna. De acordo com Helio Ajzen, superintendente de infraestrutura da FIDI, “a disponibilização desses exames, principalmente na rede pública, traz inovação e eficiência para a saúde dos brasileiros. Porém, é sempre válido destacarmos a importância de a população não postergar seus check-ups anuais, mesmo em meio a pandemia da Covid-19, no intuito de certificar que qualquer diagnóstico aconteça precocemente, garantindo maior chance de cura e qualidade de vida a esse paciente.”

Com isso em mente, a FIDI selecionou os principais e mais modernos exames realizados em suas 74 unidades, e algumas das doenças que ajudam a diagnosticar. Confira!

Ressonância Magnética

A Ressonância Magnética (RM) utiliza pulsos de radiofrequência para estimular átomos de hidrogênio e, através do retorno do sinal, formam-se imagens da anatomia normal e de patologia dos diversos órgãos e sistemas. Diferente da tomografia computadorizada, dos raios-X, da angiografia, da mamografia e da densitometria óssea, a ressonância magnética não utiliza radiação ionizante.

Esta é uma das ferramentas de maior valor agregado e permite o diagnóstico de doenças do cérebro, medula espinhal, coração, fígado, rins, bexiga, ovários, próstata, pâncreas e de todo sistema musculoesquelético. Exemplos de suas aplicabilidades incluem o diagnóstico e o estadiamento de doenças como: AVC (acidente vascular cerebral), esclerose múltipla, lesão de ligamento cruzado anterior no joelho, hérnia de disco, entre outros.

Tomografia Computadorizada (TC)

A Tomografia Computadorizada (TC) é um método de diagnóstico por imagem que se baseia na diferença de atenuação dos raios-X entre os órgãos e patologias. É muito utilizado nas diferentes áreas da medicina, tanto em regime ambulatorial quanto nosocomial e ganha ainda mais relevância na urgência e emergência, devido a rápida aquisição de suas imagens.

Atualmente, trata-se de um dos principais exames para investigar acidentes vasculares cerebrais (AVC), nódulos, tumores e vasos pulmonares e cerebrais, também muito utilizado para avaliar a gravidade do acometimento pulmonar, proporcionado pela Covid-19.

Mamografia

A mamografia é essencialmente um exame de rastreio por imagem que tem como objetivo maior o diagnóstico precoce do câncer de mama. Destacam-se como principais padrões de alterações os nódulos, as microcalcificações e as assimetrias focais. Todo exame deve ser classificado na escala de Bi-Rads como B0, B1, B2, B3, B4, B5 ou B6, que gradua o risco de os achados de imagem representarem um câncer de mama.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, estima-se que ao longo do triênio de 2020-2022 sejam diagnosticados 66.280 novos casos da doença, o que representa uma taxa de incidência de 61,61 por 100.000 mulheres. Vale ressaltar que, geralmente, o câncer de mama não dói e nem é palpável, sendo a mamografia a principal ferramenta no rastreio da doença. O exame é recomendado para todas as mulheres acima dos 50 anos de idade. Porém, isso pode variar de mulher para mulher, uma vez que, se houver histórico familiar, o procedimento deverá ser feito a partir dos 40 anos, sempre com a orientação médica.

Densitometria Óssea

Desenvolvida principalmente para medir a densidade mineral óssea, a Densitometria Óssea aponta possível perda de cálcio, além de avaliar risco de fraturas e detectar perda de massa óssea. Além disso, esse exame é muito utilizado para estabelecer o diagnóstico de osteoporose.

De acordo com valores de tabelas de referência, considerando gênero e idade, o exame mostra se o paciente está com osteoporose, doença silenciosa e assintomática, que acomete principalmente a população mais idosa e é responsável por mais de 9 milhões de fraturas por ano no país, cuja incidência já é de uma a cada três segundos, de acordo com dados da International Osteoporosis Foundation (IOF) .

Hemodinâmica

A Hemodinâmica é um exame diferenciado pois permite reduzir o número de cirurgias cardíacas abertas, que normalmente têm uma recuperação mais lenta e são muito mais invasivas para o paciente. O cateterismo cardíaco (hemodinâmica) é um procedimento que identifica e trata as obstruções nas artérias do coração por meio da introdução de um cateter (um tubo comprido, fino e flexível) em uma artéria. Suas principais indicações são os casos de angina (dores no peito que antecedem um infarto) ou infarto do miocárdio.

Biópsias guiadas por Ultrassonografia ou Tomografia Computadorizada

Os exames de Biópsias e Punções Guiadas por Ultrassonografia e por Tomografia Computadorizada tem por objetivo colher material de uma lesão ou de um órgão do corpo sob anestesia local para ser avaliado por um patologista. A biópsia é normalmente indicada tanto em enfermidades simples, como as verrugas, quanto nas mais graves, como o câncer. Em lesões suspeitas, ajuda a estabelecer o grau histológico de neoplasia e determinada natureza, taxa de crescimento e agressividade do tumor, ajudando a elaborar o plano de tratamento.

Além disso, o exame pode ajudar até mesmo na identificação de doenças infecciosas, determinando o agente causal. Em doenças autoimunes, pode ser feita a confirmação de alterações em órgãos ou tecidos.

Ultrassonografia

A Ultrassonografia é um método diagnóstico muito habitual, uma vez que utiliza-se o eco gerado através de ondas ultrassônicas para visualizar as estruturas internas do organismo. O ultrassom não emite radiação e, por isso, é o exame mais recomendável para gestantes e crianças. Ele também não possui efeitos colaterais e permite diagnóstico instantâneo.

Além disso, o exame ajuda a diagnosticar, principalmente, tumores, processos inflamatórios e infecciosos, formações de cálculos nos rins ou na vesícula e o estreitamento de vasos que podem comprometer o fluxo sanguíneo de órgãos vitais. A ultrassonografia é usada, ainda, para investigar o útero e os ovários, as mamas, próstata, tireoide, abdômen e partes moles da estrutura humana como músculos, gordura, tendões, ligamentos, vasos sanguíneos, nervos periféricos e outros tecidos.

Raios-X

A radiografia, apelidada de Raio-X, é um exame de imagem não invasivo muito popular, pois ajuda no diagnóstico de fraturas e doenças com o uso de radiação, o qual atravessa órgãos e tecidos e cria imagens da região de interesse. A realização da radiografia é primordial para diagnosticar doenças em tecidos moles, como no aparelho digestivo e nos pulmões, tal qual a pneumonia o derrame pleural (acúmulo de líquido entre os tecidos que revestem os pulmões e o tórax).

Em pessoas que têm alguma dessas duas doenças, por exemplo, seus pulmões aparecem com manchas esbranquiçadas nos raios-x. Dessa forma, os radiologistas conseguem analisar as características da imagem e fazer diagnósticos, além de solicitar exames complementares para prosseguir em uma investigação mais profunda.

Ecocardiograma

Pouco invasivo e indolor, o ecocardiograma abrange os métodos de diagnóstico da estrutura e o funcional do coração com o uso do ultrassom. O exame é um dos que mais oferece informações para o diagnóstico e acompanhamento das diversas doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca (coração grande e fraco), sopro anormal, sequelas de infarto, e anomalias congênitas por exemplo. Ele é solicitado, ainda, para avaliar sintomas como falta de ar, palpitações, cansaço, inchaço e aumento da pressão arterial. Vale destacar que há algumas variedades do Ecocardiograma que se adequam aos sintomas do paciente.

Automatização apoia FIDI em atendimento de 46 mil pacientes

O sistema automatizado implementado pela Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) – gestora de serviços de diagnóstico por imagem da rede pública já priorizou 46 mil casos de pacientes com suspeita de contaminação pelo novo coronavírus

Por Medicina S/A

tecnologia, usada em 47 unidades de saúde atendidas pela FIDI no Estado de São Paulo, ajuda a evitar a propagação do vírus e melhora a resolutividade dos casos.

Destes 46 mil casos, 25 mil tiveram achados de imagens suspeitos para Covid-19, ou seja, 54% do total. A média de idade destes pacientes é de 55 anos, sendo a maioria masculina (54%).

Somente na cidade de São Paulo, em 12 hospitais com gestão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foram priorizadas 16.000 tomografias computadorizadas de tórax em pacientes com suspeita clínica de contaminação por Covid-19. Deste total, 7.646 tiveram achados de imagens suspeitos para Covid-19, ou seja, 54% do total.

A nova rotina de atendimento começa na abertura da ficha, quando é marcada como suspeita para a doença, de acordo com o pedido médico. Após isso, este paciente é priorizado para realização de tomografia computadorizada de tórax e seu exame é avaliado imediatamente. Uma vez realizada a checagem, independentemente de ser positiva ou negativa para Covid-19, o médico a sinaliza no sistema como exame suspeito para a doença, encaminhando a imagem e o laudo para a rede de hospitais e, também, para os celulares dos médicos solicitantes, que conseguem ver esses resultados de maneira mais ágil.

Se o exame não tiver indícios da doença, o paciente é liberado rapidamente, o que evita o risco de ser infectado pelo vírus dentro da unidade hospitalar. Se o resultado for positivo, ele é imediatamente encaminhado para conduta médica. As ações são tomadas a fim de evitar a propagação do vírus no ambiente hospitalar e de melhorar a eficiência e resolutividade dos casos.

Igor Santos, médico radiologista e superintendente de Inovação da FIDI, explica que todos as informações são registradas em um banco de dados, atualizado em tempo real. “O sistema é capaz de apontar quantos casos de suspeita clínica e suspeita tomográfica são lançados por dia, em cada unidade, quantos pacientes são internados, em quais hospitais, além da distribuição por faixa etária”, esclarece.

Com a constante atualização de informações, a Fundação tem controle de todas as fichas abertas como suspeitas clínicas e tomográficas para a doença. “Quando a checagem aponta como suspeita tomográfica, há uma grande chance de haver infecção pelo coronavírus. Contudo, isso ainda não confirma o diagnóstico, que é dado pelo PCR, exame responsável por detectar o vírus”, explica o médico.

Exames de imagem incorporam a inteligência artificial para diagnósticos mais rápidos

Diante da Covid-19, os computadores precisaram aprender mais uma lição com a medicina. E agora já podem avaliar, com precisão, as condições de um pulmão atingido pela doença.

Por Jornal Nacional

No combate à Covid, a rapidez do resultado de um exame de imagem pode ser crucial para um paciente.

As tomografias foram fundamentais desde o início da pandemia, quando havia poucos testes para confirmar a Covid-19 e o resultado podia demorar semanas. Ainda hoje, ajudam os médicos na primeira avaliação e encaminhamento de pacientes que apresentam uma imagem esbranquiçada e leitosa nos pulmões.

“O que a gente identificou na Covid-19: as alterações que nós tínhamos nos pulmões não eram uma alteração de origem respiratória e sim uma alteração de origem hematológica, que você tinha microcoagulações que provocavam essa imagem de vidro fosco”, explica Luiz Carlos Zamarco, superintendente do Hospital do Servidor Público Municipal.

Nos hospitais e unidades de saúde da prefeitura de São Paulo, os exames de imagem são terceirizados. Com a pandemia, a central de laudos da empresa passou a priorizar os casos suspeitos de Covid. Os exames passam na frente, na fila, e os mais de 150 radiologistas, que trabalham em casa, emitem os laudos em, no máximo, meia hora.

“A ideia de acelerar esses laudos era de rapidamente uma pessoa que tenha uma suspeita diagnóstica já ser tratado, e quem não tem já ir para casa para evitar a contaminação. Durante esse período, nós fizemos mais de 40 mil exames e tivemos aproximadamente 50% de suspeitas diagnósticas”, conta Marcelo Cunha, presidente da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem.

A inteligência artificial, com o chamado aprendizado de máquina, não é novidade em diagnósticos médicos de acidentes vasculares, por exemplo. Pois, com a Covid-19, os computadores tiveram que aprender mais uma lição com a medicina. E, agora, já podem avaliar, com precisão, as condições de um pulmão atingido pela doença.

“Nós pegamos cerca de mil pacientes com tomografia computadorizada do pulmão alterada por Covid. Médicos interpretam e circulam e pintam as áreas de pulmão normal e de pulmão alterado. A máquina passa a interpretar o que é alteração, o que é normal e, a partir de um determinado momento, ela faz isso de forma automática”, explica Emerson Gasparetto, vice-presidente médico da Dasa.

O nome que se dá a esse tipo de sequência lógica é algoritmo. Ele foi criado por uma empresa privada, mas o acesso à plataforma, pela internet, é livre para médicos. “A partir do momento em que os dados, em que a tomografia do paciente vai para a nuvem, em cinco minutos está no e-mail do médico já a interpretação do percentual que está acometido daquele pulmão”, afirma Emerson Gasparetto, vice-presidente médico da Dasa.

E rapidez no combate à Covid. “É fundamental porque o paciente está ali na sala de espera e você precisa dar uma solução para esse paciente e já providenciar o isolamento”, destaca Luiz Carlos Zamarco, superintendente do Hospital do Servidor Público Municipal.

Clique aqui para assistir a reportagem completa