Um exame de imagem pode mudar completamente o rumo de um tratamento médico. Em poucos minutos, ele fornece informações essenciais que ajudam o profissional de saúde a tomar decisões assertivas — e, muitas vezes, salvar vidas.
No entanto, para que esse recurso cumpra seu papel com segurança e efetividade, é fundamental que o diagnóstico por imagem seja solicitado de forma criteriosa e realizado dentro de protocolos técnicos que equilibrem benefícios e riscos.
De acordo com o Painel D-TISS da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), apenas na saúde suplementar foram realizados mais de 10 milhões de exames de raios-X em 2024. O número impressiona e mostra como essa modalidade está presente no dia a dia da medicina. Mas também reforça um ponto essencial: o uso responsável dos exames é indispensável, especialmente em um cenário de alta demanda e de necessidade crescente por eficiência no sistema de saúde.

Tecnologia a favor da segurança
Nos últimos anos, os avanços tecnológicos no diagnóstico por imagem transformaram completamente o setor. Equipamentos mais modernos e protocolos otimizados permitem reduzir significativamente as doses de radiação, sem comprometer a qualidade do exame.
Em alguns casos, é possível realizar tomografias de tórax ou abdômen com até 75% menos exposição do que nos métodos convencionais. Essa evolução é especialmente relevante para públicos mais sensíveis, como crianças e idosos, que se beneficiam de parâmetros ajustados de acordo com suas características clínicas.
“O diagnóstico por imagem evoluiu muito nas últimas décadas. Hoje, a tecnologia nos permite oferecer exames mais rápidos, seguros e com qualidade superior, mantendo o foco principal no cuidado ao paciente”, destaca o Dr. Henrique Carrete Jr., Head de Qualidade da FIDI.
Com isso, o diagnóstico se torna não apenas mais preciso, mas também mais seguro.

Eficiência que beneficia todo o sistema
O uso criterioso dos exames de imagem traz ganhos não só para o paciente, mas também para todo o sistema de saúde.
Em hospitais públicos, onde os recursos são limitados, cada exame bem indicado e realizado dentro das boas práticas representa mais acesso, agilidade e equidade no atendimento.
Cada imagem obtida de forma correta evita repetições desnecessárias, reduz filas e contribui para diagnósticos mais rápidos — o que é determinante em casos de urgência. Assim, o diagnóstico por imagem se consolida como um pilar essencial para a eficiência assistencial e para a sustentabilidade dos serviços de saúde.
Protocolos e capacitação: a base da qualidade
Manter padrões elevados exige mais do que tecnologia. É indispensável a adoção de protocolos baseados em evidências científicas, alinhados a diretrizes nacionais e internacionais, como as do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e do Colégio Americano de Radiologia (ACR).
Além disso, o investimento em capacitação constante das equipes é decisivo. Radiologistas, técnicos e profissionais de apoio precisam estar atualizados sobre as melhores práticas e novas ferramentas que surgem a cada ano.
Essa cultura de melhoria contínua garante que o atendimento mantenha altos níveis de qualidade, segurança e confiabilidade.

Inovação que transforma o diagnóstico
A revolução digital também vem redefinindo o modo como os exames são realizados e interpretados. Hoje, já é possível integrar sistemas de informação por meio da interoperabilidade, que garante o acesso rápido e seguro aos dados dos pacientes em diferentes unidades.
A telerradiologia permite que especialistas analisem imagens à distância, ampliando o alcance da avaliação médica. Já a operação remota de equipamentos, realizada por centrais de comando, aumenta a eficiência e reduz o tempo de resposta.
Outro avanço relevante é o uso da inteligência artificial (IA) na triagem de exames. Algoritmos treinados conseguem identificar achados críticos em minutos, agilizando o atendimento em casos de urgência e potencializando a atuação dos radiologistas.
O exame certo, da forma certa, no momento certo
Mais do que detectar doenças, o diagnóstico por imagem encurta o tempo até o tratamento, devolve qualidade de vida e contribui para decisões médicas mais precisas.
Por isso, a qualidade não deve ser medida pelo número de exames realizados, e sim pela capacidade de fazer o exame certo, da forma certa e no momento certo.
Essa é a essência de um diagnóstico responsável e centrado no paciente. Afinal, cada imagem captada representa mais do que um registro técnico: é um passo importante na jornada de recuperação, unindo ciência, tecnologia e cuidado humano.
